O primeiro secretário provincial do MPLA em Luanda, Sérgio Luther Rescova Joaquim, apelou hoje aos militantes do seu partido, a optar por atitudes vigorosas contra as más práticas de governação. Ou seja (ele próprio incluído), têm de fazer o contrário do que o MPLA fez nos últimos 44 anos. É obra!
Com tais acções os membros dos partido estarão a contribuir, segundo o também governador de Luanda, para que não se manche o bom nome da sua estrutura partidária.
Sérgio Rescova fez este pedido na abertura da campanha provincial pública sobre a “Moralização da Sociedade” que será desenvolvida pelos membros do seu comité a nível da capital do país.
O primeiro secretário disse que devem adoptar por uma atitude vigorosa de ruptura contra as más práticas, interferindo nos comportamentos que carecem de intervenção urgente, por parte de todos os cidadãos, principalmente os militantes do MPLA.
Lembrou também que não foi por acaso que na sua agenda política para o presente ano o MPLA elegeu o combate contra a corrupção, o nepotismo e a bajulação, por serem práticas que concorrem para a fragilização das instituições e impedimento para o desenvolvimento.
Sérgio Rescova acrescentou que essas práticas são desoladoras da moral social e causadoras do impacto negativo, no investimento interno e externo que o país tanto necessita, para o seu desenvolvimento e criação de novos postos de emprego.
Com essa acção, o MPLA deseja (diz) contribuir para a moralização da sociedade angolana, sobre o combate à corrupção, nepotismo, à bajulação, à impunidade através de uma ampla campanha pública de apoio ao presidente do partido e ao executivo.
Recorde-se que João Lourenço exonerou no passado dia 2 de Janeiro Adriano Mendes de Carvalho do cargo de governador da província de Luanda, nomeando para aquelas funções o líder da organização da Juventude do MPLA, Sérgio Luther Rescova, que assim de sipaio de José Eduardo dos Santos passou a chefe de posto do novo dono disto tudo.
Além de líder (primeiro-secretário nacional) da Juventude do Movimento Popular de Libertação de Angola (JMPLA), Sérgio Luther Rescova era membro do Conselho da República (órgão consultivo do chefe de Estado), tendo também sido exonerado dessas funções pelo Presidente da República.
Figura grata dos presidentes José Eduardo dos Santos e de João Lourenço, Sérgio Luther Rescova foi recentemente notícia quando o Presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, atribuiu um diploma de mérito e uma medalha de ouro, que “simbolizam a paz e o desenvolvimento mundial”, à organização juvenil do MPLA (JMPLA).
Com o diploma e a medalha, o Chefe de Estado russo homenageou esta organização partidária pela sua “excelente participação no XIX Festival Mundial da Juventude e Estudantes, realizado na cidade russa de Sóchi, de 14 a 22 de Outubro de 2017”.
No passado dia 28 de Novembro, o embaixador russo em Angola, Vladimir Tararov, entregou ao primeiro secretário nacional da JMPLA, Sérgio Luther Rescova, as respectivas distinções, tendo destacado os laços de amizade e de cooperação existentes entre a Rússia e Angola.
Certamente que este recado a João Lourenço não era necessário, mas, pelo sim e pelo não… Pois é. O rapaz Serginho está na berra. Está hoje como estava no tempo do seu anterior patrono, Eduardo dos Santos. E, é claro, estará com qualquer um que mande.
Como um bom doutorado em educação patriótica e com a ajuda de João Lourenço, o seu novo mentor, Rescova apresenta-se como um excelso corredor de fundo. Na verdade ele está é no fundo do corredor e a sua escolha para Governador de Luanda mostra que o MPLA está a esgotar rapidamente as suas soluções.
Tanto quanto parece, depois de ter deitado mão a alguns pesos-pesados de José Eduardo dos Santos, João Lourenço vê-se agora obrigado a ir ao refugo procurar soluções, sendo que para além de manter o substrato reinante na fossa séptica do MPLA, está com dificuldades em encontrar moscas de “qualidade”, tendo mesmo de recorrer a metamorfoseados percevejos.
Na ocasião em que recebeu a condecoração russa, Sérgio Rescova congratulou-se pelo reconhecimento do governo russo, porquanto – disse – encoraja a organização juvenil do MPLA a prosseguir com o seu trabalho, organização e coesão, elevando a responsabilidade na melhoria das metodologias de actuação no quotidiano.
Sérgio Rescova destacou (como não poderia deixar de ser) a educação patriótica e a disciplina como aspectos fundamentais que concorreram para o reconhecimento da JMPLA no festival, pelo Presidente Vladimir Putin.
Durante o festival, a JMPLA apresentou as potencialidades angolanas em termos de recursos naturais, aspectos económicos, culturais e sociais do país, assim como os desafios do Estado angolano para o desenvolvimento e para a melhoria das condições da juventude.
O festival mundial da juventude e estudantes é um evento internacional, organizado desde 1947 pela Federação Mundial da Juventude Democrática, em parceria com a União Internacional de Estudantes, no intuito da promoção do intercâmbio cultural e participação dos jovens em diversas actividades, incluindo a desportiva.
Recorde-se o nível pós-doutorado de Sérgio Luther Rescova, bem visível quando em Novembro de 2014, por exemplo, destacou na cidade do Cuito, os emblemáticas ideais do Presidente da República, José Eduardo dos Santos, na edificação de uma Angola nova e justa para todos.
Falando após apresentação da peça teatral de exaltação da figura do Presidente da República José Eduardo dos Santos, realizado sob o lema: Angola “um país da paz, democracia, fraternidade e tolerância”, promovido pelo Movimento Nacional Espontâneo, Sérgio Luther Rescova sublinhou que o então Presidente da República trabalhava para a consolidação do bem-estar para todos os angolanos, preocupação que levou a trazer a paz efectiva em Angola, no dia 4 de Abril de 2002.
Consta que já nessa altura João Lourenço viu no rapaz um futuro governador ou até mesmo ministro, percebendo que Rescova era uma espécie de político roscofe pronto a fazer tudo o que o Presidente mandar.
Com a paz, segundo o Rescova abriram-se os caminhos para a reconstrução e construção do país, rumo ao desenvolvimento para uma nova Angola, “onde a justiça e a democracia são os principais pilar para a edificação do país”.
Reiterou ainda que, de Cabinda ao Cunene, são visíveis a realidade do progresso social nas famílias, uma vez que o governo liderado por José Eduardo dos Santos colocou à disposição os serviços essenciais aos angolanos, de modo a que vivam melhor.
Relembrou por outro lado, passados na altura 12 anos de paz, que o Presidente da República de Angola continuava apostado na construção de hospitais modernos, mais abrangência a educação outras infra-estruturas que estão a garantir o desenvolvimento socioeconómico no país.
Para tal, Sérgio Luther Rescova destacou a necessidade do reforço da unidade e reconciliação nacional por forma a se manter a estabilidade e segurança no país, mormente através da promoção do perdão e concórdia.
Considerou ainda o Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, um exemplo na segurança de África, facto que acrescentou vários líderes africanos solicitam a experiência de Angola, quanto à resolução de conflitos.
No texto publicado no Folha 8 no dia 2 de Novembro de 2014, afirmámos ser certo que, com tantos panegíricos de culto ao “querido líder”, o “escolhido de Deus” não iria ser salvo pelas críticas mas assassinado pelos elogios, acrescentando que, tal como Mubarak, Saddam, Kadafi ou Compaoré, Eduardo dos Santos iria ver um dia todos estes bajuladores darem o dito por não dito.
Tínhamos razão. Assim aconteceu. João Lourenço é Presidente, Sérgio Luther Rescova passou José Eduardo dos Santos de bestial para besta. Não é novidade. Na JMPLA, como no próprio MPLA, a lei é essa. E com João Lourenço não vai ser diferente.